A temperatura do clima no alto mar tem sido alvo de crescente preocupação por parte da comunidade científica global. Em 2023, o oceano registrou algumas das temperaturas mais altas da superfície já medidas, uma tendência amplamente atribuída ao impacto das mudanças climáticas e ao acúmulo de gases de efeito estufa.
Esses gases, especialmente o dióxido de carbono (CO2), são responsáveis por reter o calor na atmosfera e transferir parte desse calor para o oceano, afetando tanto a superfície quanto as águas mais profundas.
O aumento das temperaturas nos oceanos não é apenas um fenômeno recente. De acordo com o relatório da Unesco, a taxa de aquecimento da superfície do mar dobrou nas últimas duas décadas, o que já trouxe consequências significativas, como o aumento do nível do mar e a acidificação das águas. Esses processos colocam em risco ecossistemas marinhos e populações costeiras ao redor do mundo.
A temperatura do mar está aumentando
O aquecimento global tem acelerado o aumento da temperatura dos oceanos de maneira preocupante. Comparado aos níveis pré-industriais, a temperatura média dos oceanos aumentou em 1,45°C, sendo que em algumas regiões, como o Mediterrâneo e o Atlântico Tropical, esse aumento foi superior a 2°C.
Apenas em 2023 e 2024, a temperatura subiu para um intervalo entre 20,8°C e 21,2°C, um salto que, segundo especialistas, equivale a uma década de aquecimento.
O impacto desse aumento de temperatura vai além da superfície. Monitoramentos desde 2005 revelam que as águas profundas também estão esquentando.
Esse aquecimento é responsável por cerca de 40% do aumento do nível global do mar, já que a água se expande à medida que sua temperatura sobe. O restante é atribuído ao derretimento das calotas polares e das geleiras, uma consequência direta do aquecimento das regiões mais frias do planeta.
Mudanças climáticas aumentam a temperatura do mar
As mudanças climáticas, intensificadas pela emissão de gases de efeito estufa, são a principal causa do aquecimento dos oceanos. Esses gases, liberados principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento, retêm o calor solar e o redistribuem, aquecendo a atmosfera e o oceano.
Como resultado, as águas mais quentes contribuem para o derretimento das geleiras, tempestades mais intensas e a perda de biodiversidade marinha.
Além disso, a acidificação dos oceanos, causada pela interação do CO2 com a água, ameaça espécies marinhas ao alterar a química do carbonato. Isso prejudica, por exemplo, corais e crustáceos, impactando toda a cadeia alimentar.
Cientistas alertam que se não houver uma redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa, o aquecimento contínuo poderá causar mudanças irreversíveis nos oceanos e, consequentemente, em todo o planeta.
Diante desse cenário, torna-se urgente intensificar esforços globais de pesquisa e desenvolvimento para mitigar os impactos das mudanças climáticas e proteger os oceanos.
