O campo magnético da Terra desempenha um papel fundamental na proteção do planeta, atuando como um escudo contra partículas carregadas de radiação cósmica.
Este campo, contudo, não é uniforme, e em algumas regiões, suas anomalias podem influenciar a tecnologia e a infraestrutura humanas. Uma dessas regiões inclui a Anomalia do Atlântico Sul (AAS), que impacta áreas do Brasil e arredores.
Localizada entre a América do Sul, o Oceano Atlântico Sul e partes da África, a AAS é caracterizada por um enfraquecimento do campo magnético, permitindo que partículas de radiação cheguem mais próximas à superfície.
Esse fenômeno provoca alterações sutis, mas significativas, na radiocomunicação, nos sistemas de GPS e nos satélites em órbita.
Quais são os impactos da Anomalia do Atlântico Sul?
A presença da AAS causa perturbações principalmente na tecnologia que depende de satélites e outros sistemas de comunicação avançados.
Satélites de baixa órbita, que geralmente são usados para monitoramento ambiental ou finalidade militar, são particularmente afetados por esta anomalia devido ao aumento da exposição às partículas carregadas.
O estudo da AAS também fornece informações sobre o comportamento do campo magnético da Terra e seus potenciais efeitos na atmosfera terrestre.
Como a AAS está mudando?
O campo magnético da Terra não é constante e a Anomalia do Atlântico Sul ilustra bem essa dinâmica.
Nos últimos 100 anos, observou-se um movimento acelerado da anomalia em direção ao oeste, o que pode indicar mudanças no sistema que gera o campo magnético, localizado no núcleo metálico da Terra.
Pesquisas recentes sugerem que a AAS está não apenas se expandindo, mas também dividindo-se em duas áreas distintas.
Essa expansão e divisão são monitoradas pela NASA e outras agências, como a Agência Nacional de Inteligência Geoespacial dos Estados Unidos.
De acordo com dados recentes, a anomalia cresceu cerca de 7% entre 2020 e 2024, o que destaca sua natureza evolutiva e a necessidade de um monitoramento constante.
AAS a longo prazo
A duração e evolução da Anomalia do Atlântico Sul permanecem incertas. Desde o início das observações, no século 16, a AAS se desloca cerca de 50 quilômetros anualmente.
Embora ainda não se compreenda completamente os mecanismos por trás desse deslocamento, ele está provavelmente associado ao complexo fenômeno que ocorre no núcleo terrestre.
Continua a ser uma área de grande interesse científico, não apenas pela sua capacidade de afetar diretamente a tecnologia, mas também pelo que pode revelar sobre a geodinâmica interna da Terra.