A recente decisão do governo federal de isentar impostos de importação para certos alimentos visa conter o aumento dos preços no mercado interno. No entanto, a Federação dos Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) critica a eficácia da medida.
A organização argumenta que muitos produtos já possuem tarifas zeradas devido a acordos com o Mercosul, tornando a isenção proposta ineficaz.
Essa iniciativa do governo, anunciada pelo vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, abrange nove alimentos essenciais na cesta básica dos brasileiros.
Apesar da intenção de aliviar a inflação, a Fhoresp considera que a medida não trará os resultados esperados, pois os produtos já são importados sem tarifas dos países do Mercosul, como Argentina e Uruguai.
Quais alimentos estão incluídos na isenção de impostos?
A lista de alimentos que se beneficiam da isenção inclui azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, massas, café, carnes e açúcar.
Apesar da isenção, a Fhoresp acredita que o impacto econômico será limitado, pois muitos desses produtos já são importados sem tarifas devido a acordos comerciais existentes.
Quais seriam as alternativas mais eficazes?
Segundo Edson Pinto, diretor-executivo da Fhoresp, uma abordagem mais eficaz seria a redução do ICMS e das taxas do vale-refeição. (via: Terra)
Essas ações poderiam diminuir a carga tributária sobre produtos nacionais e refeições fora de casa, beneficiando diretamente os consumidores. Além disso, uma compensação pela perda de arrecadação de impostos aos estados poderia ser considerada.
A inflação dos alimentos em 2024 foi de 7,69%, superando a média geral do IPCA. A isenção de impostos de importação foi vista como uma tentativa de aumentar a popularidade do governo, mas a Fhoresp sugere que outras medidas fiscais teriam um impacto mais significativo no bolso dos brasileiros.
Como as condições climáticas afetam os preços dos alimentos?
As condições climáticas adversas em 2024, incluindo uma das maiores estiagens já registradas, impactaram severamente a produção agrícola no Brasil.
Isso resultou em uma menor oferta de produtos como milho e café, contribuindo para a inflação dos alimentos. Além disso, o mercado de carne também sofreu alterações.
Em 2024, o abate de fêmeas aumentou devido aos baixos preços, o que reduziu a oferta de animais e elevou os preços da carne. A valorização do produtor nacional é vista como uma necessidade para equilibrar o mercado.
Em resumo, enquanto a isenção de impostos de importação é uma tentativa de controlar a inflação, especialistas sugerem que uma abordagem mais abrangente, focada na redução de impostos internos e no apoio ao produtor nacional, poderia ser mais eficaz para estabilizar os preços dos alimentos no Brasil.