A Naegleria fowleri, comumente conhecida como “ameba comedora de cérebro”, é um parasita que, embora raro, apresenta uma agressividade alarmante. Este organismo é responsável por destruir o tecido cerebral e, em até sete dias após o início dos sintomas, leva quase todos os contaminados à morte. Suas infecções predominam nos Estados Unidos, onde das 157 pessoas comprovadamente infectadas nas últimas seis décadas, apenas quatro sobreviveram, segundo dados do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA).
Os casos de infecção têm chamado atenção da mídia, principalmente neste ano de 2024, com relatos de três vítimas fatais nos EUA, incluindo uma adolescente de 17 anos, uma criança de dois anos e um homem que se infectou ao utilizar água da torneira de casa. As infecções ocorreram majoritariamente após mergulhos em lagos e rios, ambiente onde a ameba é comumente encontrada. No Brasil, entretanto, não há registros oficiais, mas especialistas levantam a possibilidade de casos subdiagnosticados.
O que é a Ameba Comedora de Cérebro?
A Naegleria fowleri é uma ameba de vida livre presente no ambiente, particularmente em águas doces de lagos, rios e fontes termais. Este parasita penetra nas fossas nasais e chega ao cérebro, onde causa meningoencefalite amebiana primária (MAP). O problema se agrava pelo fato de a ameba ser altamente móvel, utilizando flagelos para se deslocar rapidamente. Assim que entra no cérebro, ela causa uma meningite que é, infelizmente, quase sempre fatal.
Onde a Ameba Comedora de Cérebro é Encontrada?
A Naegleria fowleri vive no solo e em água doce, mas não é encontrada em água salgada. Além dos Estados Unidos, há relatos de infecção em locais como Paquistão, onde um surto em 2012 deixou 10 mortos. A ameba é termo resiliente, proliferando-se em águas com temperaturas elevadas, um problema que pode aumentar devido às mudanças climáticas globais.
- Presente principalmente em lagos, rios e fontes termais
- Também encontrada em água da torneira não tratada
- Relatos de infecção em todo o mundo, incluindo o Paquistão
Existe Ameba Comedora de Cérebro no Brasil?
Ainda que não haja casos confirmados em humanos no Brasil, a presença do parasita foi identificada em dois bovinos no Rio Grande do Sul entre 2017 e 2019. Pesquisadores, como a parasitologista Denise Leal dos Santos, apontam que o desconhecimento e a falta de diagnóstico específico podem estar mascarando a presença do parasita. Relatos de alguns diagnósticos nos anos 70 não foram confirmados por testes moleculares.
Quais os Riscos e Sintomas da Infecção pela Ameba?
Apesar de raros, os casos de infecção pela Naegleria fowleri são altamente letais. O perigo aumenta em regiões conhecidas por abrigar o parasita, especialmente para quem mergulha em lagos e rios. Os sintomas iniciais incluem fortes dores de cabeça, febre, fotofobia, náuseas e vômitos, progredindo rapidamente para rigidez da nuca, convulsões e coma.
Como Evitar a Infecção pela Ameba?
Infelizmente, não existe vacina para prevenir a infecção. Nos EUA, a orientação é evitar que a água entre pelo nariz em regiões conhecidas pela presença da ameba. Recomenda-se também não mexer nos sedimentos do fundo de lagos e rios, onde a ameba se deposita. Alerta para a população e cuidados ao utilizar água doce são medidas igualmente importantes.
Dicas para prevenção:
- Evitar mergulhar em água doce quando possível
- Manter a água longe das fossas nasais em áreas suspeitas
- Não mexer nos sedimentos de lagos e rios
Enquanto o avanço climático e a proliferação de cianobactérias favorecem a dispersão da Naegleria fowleri, a conscientização sobre o perigo desta ameba é essencial para minimizar o risco de infecções fatais.
