No cenário crescente de avanços em inteligência artificial (IA), surge a necessidade de identificar humanos de forma segura no ambiente digital.
A verificação de humanidade é uma proposta que visa garantir essa identificação única. O método utiliza a biometria da íris, considerada tão única quanto uma impressão digital.
A empresa por trás dessa inovação, a Tools for Humanity, desenvolveu o aplicativo WorldApp que, em pouco tempo, alcançou grande popularidade mundial.
A iniciativa já mobilizou milhões de pessoas ao redor do mundo, inclusive um número significativo no Brasil. Através de pontos de verificação distribuídos estrategicamente, a empresa realiza o escaneamento das íris dos usuários, assegurando a autenticidade individual na rede.
Como funciona o processo de verificação?
Após baixar o WorldApp e agendar um horário, os usuários se dirigem a um dos locais de verificação. Esses pontos oferecem uma rede Wi-Fi própria para facilitar a conexão necessária durante o procedimento.
Uma esfera tecnológica, conhecida como Orb, utiliza câmeras de alta definição para capturar imagens do rosto e das íris, processando as informações para confirmar a singularidade de cada indivíduo.
Após o escaneamento, as informações são enviadas ao dispositivo do usuário e o World ID é ativado. Este funciona como um novo tipo de identificação digital que pode ser utilizado em diversos serviços online, garantindo que interações sejam genuínas e feitas por humanos reais.
Quais são as implicações para a privacidade?
A proposta de coleta de dados biométricos, no entanto, levanta importantes questões sobre privacidade e segurança. A utilização de informações sensíveis, como características da íris, traz à tona preocupações quanto ao armazenamento e uso desses dados pela empresa.
Especialistas destacam que é essencial garantir transparência no tratamento dessas informações para assegurar que o consentimento dos usuários seja informado e inequívoco.
Qual é o futuro da verificação de humanidade?
A empresa acredita que, ao assegurar que interações online são feitas por humanos, o uso do World ID poderá se expandir para diversas áreas, incluindo redes sociais e plataformas financeiras. Entretanto, para que o projeto atinja seu potencial completo, são necessárias mais integrações corporativas e maior aceitação pública.
Atualmente, a aceitação dos usuários varia, com muitos participando do processo atraídos pela recompensa financeira, ainda que o valor recebido seja distribuído ao longo de um período de 11 meses.
O que dizem as autoridades sobre a prática?
A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) do Brasil já está atenta ao projeto e busca garantir que todos os procedimentos estejam em conformidade com a legislação vigente, especialmente a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
O governo exige que a empresa esclareça o contexto operacional e a transparência de suas práticas, assegurando que não haja depreciação dos direitos dos usuários.
Ainda que o projeto busque solucionar desafios atuais de identificação digital, as preocupações com privacidade e segurança dos dados continuam sendo tópicos fundamentais em sua implementação e aceitação global.