Recentes descobertas geológicas trouxeram uma nova perspectiva sobre a composição interna da Terra.
Cientistas do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurique), na Suíça, encontraram indícios de placas tectônicas submersas que permanecem ocultas sob grandes oceanos.
Analisando dados de terremotos, os pesquisadores detectaram áreas surpreendentes que podem representar “sobras” dessas placas, dando início a um novo capítulo na compreensão da estrutura terrestre.
A pesquisa focou-se em lugares distantes dos limites tradicionais das placas tectônicas, onde essas sobras foram inesperadamente encontradas. Tal ocorrência desafia os modelos geológicos vigentes e sugere a possibilidade de um “mundo perdido” escondido sob o Oceano Pacífico.
Os dados foram coletados utilizando ondas sísmicas, registradas por uma rede global de estações de monitoramento sísmico.
Qual é o impacto das placas submersas na geologia da Terra?
A análise das ondas de terremotos permite que os cientistas avaliem detalhes como densidade e elasticidade das rochas, ajudando assim na construção de um modelo preciso do manto da Terra.
A descoberta de tais placas submersas em locais não previamente associados a atividades de subducção levanta questões sobre a dinâmica interna do planeta e como essas sobras tectônicas podem influenciar sua geologia no longo prazo.
A equipe utilizou um supercomputador para criar um modelo tridimensional do interior da Terra, proporcionando uma visão sem precedentes de áreas anteriormente inexploradas.
Este avanço tecnológico permitiu identificar anomalias no manto terrestre, que oferecem pistas sobre a história geológica da Terra e podem esclarecer mais sobre os processos de formação terrestre.
Como os cientistas interpretam estas novas descobertas?
Mesmo com o avanço dos métodos de modelagem e análise sísmica, a composição exata dessas sobras tectônicas permanece um mistério.
A pesquisa continua a explorar as possíveis origens delimitadas por não apenas processos formativos antigos, mas também pela dinâmica interna decorrente de bilhões de anos de atividade do manto.
Os geofísicos postulam que essas anomalias podem ter diversas causas, incluindo resíduos de material rico em sílica oriundos da formação inicial do manto.
Alternativamente, pode haver acúmulo de rochas com altos teores de ferro. A complexidade dos movimentos tectônicos ao longo do tempo gerou inúmeros cenários para o posicionamento dessas anomalias, impactando profundamente a visão científica da evolução terrestre.
Desafios futuros na pesquisa geológica
O estudo das sobras tectônicas apresenta desafios para os cientistas, especialmente no que tange à identificação dos parâmetros materiais que determinam as velocidades das ondas sísmicas.
Isso requer uma compreensão mais aprofundada das propriedades físicas e químicas das rochas localizadas nas profundezas do manto.
Para obter dados mais precisos, os pesquisadores precisam desenvolver novas técnicas de análise e simulação que considerem a complexidade do manto inferior. Assim, será possível não apenas descrever as propriedades do material das sobras tectônicas, mas também compreender seu impacto na tectônica global da Terra.
Conquistar este objetivo permitirá novos avanços na geofísica e uma compreensão mais abrangente da história do planeta Terra.