A Caixa Econômica Federal anunciou que não pretende aumentar os juros do crédito imobiliário em 2025, mesmo com as previsões de alta na taxa Selic.
Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, mas pode chegar a 15% até o final do ano, segundo estimativas do mercado.
Com essa medida, a Caixa busca garantir estabilidade para o mercado, mesmo diante de um cenário econômico desafiador. Essa decisão foi confirmada pelo presidente do banco, Carlos Vieira, durante a apresentação dos resultados financeiros da instituição.
Recorde em crédito imobiliário e liderança no setor
Em 2024, a Caixa registrou um crescimento significativo no volume de crédito imobiliário contratado. O banco concedeu R$ 223,6 bilhões em financiamentos habitacionais, representando um aumento de 20,6% em relação ao ano anterior.
O saldo da carteira de crédito imobiliário atingiu R$ 832,1 bilhões em dezembro de 2024, um avanço de 13,5% comparado ao mesmo período de 2023. Ao todo, o banco financiou 803,4 mil imóveis ao longo de 2024, beneficiando milhares de famílias brasileiras e impulsionando o setor de habitação.
Como a liberação do FGTS impacta o crédito imobiliário?
Durante a apresentação dos resultados, Vieira comentou sobre a decisão do governo federal de liberar o saldo retido do FGTS para trabalhadores demitidos que haviam optado pelo saque-aniversário.
Ele garantiu que essa medida não impactará os recursos destinados ao crédito imobiliário. Segundo Vieira, a parte do FGTS que ficava retida por dois anos não é utilizada para o financiamento do crédito imobiliário.
Nesta semana, o Ministério do Trabalho e Emprego anunciou uma Medida Provisória permitindo que trabalhadores demitidos entre janeiro de 2020 e a data da publicação tenham acesso ao saldo total de suas contas do FGTS. Essa medida deve beneficiar cerca de 12,1 milhões de trabalhadores, com a liberação de aproximadamente R$ 12 bilhões em recursos.
Impactos e perspectivas para o mercado imobiliário
A manutenção dos juros do crédito imobiliário pela Caixa representa um alívio para o setor da habitação, que temia os impactos negativos da possível alta da Selic. Como maior financiadora do mercado, a estabilidade nas taxas do banco contribui para a previsibilidade dos investidores e para a continuidade do crescimento do setor.
Além disso, a liberação dos valores do FGTS para trabalhadores demitidos pode injetar bilhões na economia, estimulando o consumo e reduzindo os impactos da restrição de crédito no país.
Especialistas avaliam que a decisão da Caixa pode manter o setor imobiliário aquecido, especialmente no financiamento de imóveis populares, consolidando o banco como principal agente do crédito habitacional no Brasil.