Em 2024, a taxa de poupança doméstica no Brasil caiu pelo terceiro ano consecutivo, atingindo 14,5% do Produto Interno Bruto (PIB).
Este número é inferior ao de vários países emergentes e representa uma diminuição em relação aos 15% registrados em 2023. A redução na poupança é atribuída tanto à despoupança das famílias quanto do governo, o que tem pressionado as contas externas do país.
O papel do Governo na despoupança
A baixa taxa de poupança é um desafio significativo para o Brasil, pois afeta a capacidade do país de financiar investimentos internos.
Sem poupança suficiente, o crescimento econômico pode ser comprometido, uma vez que os investimentos são essenciais para o desenvolvimento de infraestrutura e inovação.
O governo, ao gastar mais do que arrecada, contribui para a redução da poupança nacional. Isso ocorre porque, ao invés de acumular recursos, o governo utiliza os fundos disponíveis para cobrir déficits orçamentários.
Essa situação é agravada por políticas fiscais que não incentivam a poupança privada. A falta de incentivos fiscais para que as famílias e empresas poupem mais é um obstáculo adicional para o aumento da taxa de poupança no país.
Como a baixa poupança afeta a economia?
Países com baixas taxas de poupança enfrentam dificuldades para financiar investimentos necessários ao crescimento econômico.
Sem poupança interna suficiente, o Brasil depende de capital externo para financiar seus projetos de desenvolvimento. Isso pode levar a um aumento do déficit em transações correntes, que dobrou em apenas um ano.
Além disso, a dependência de capital externo pode tornar a economia mais vulnerável a choques externos, como mudanças nas taxas de juros globais ou crises financeiras internacionais. Isso pode resultar em instabilidade econômica e limitar o crescimento a longo prazo.
Quais medidas podem reverter a situação?
Para reverter a tendência de queda na taxa de poupança, é necessário adotar políticas que incentivem tanto a poupança pública quanto a privada. Algumas medidas possíveis incluem:
- Reforma fiscal: Implementar uma reforma fiscal que reduza o déficit orçamentário do governo, permitindo uma maior acumulação de poupança pública.
- Incentivos fiscais: Criar incentivos fiscais para estimular a poupança das famílias e empresas, como deduções fiscais para contribuições a contas de poupança.
- Educação financeira: Promover a educação financeira para aumentar a conscientização sobre a importância da poupança e gestão financeira responsável.
Essas medidas podem ajudar a aumentar a taxa de poupança no Brasil, fortalecendo a capacidade do país de financiar seu próprio crescimento econômico e reduzir a dependência de capital externo.